[Glória de Sousa, editora da PERFIL CRIATIVO – EDIÇÕES]
Um convite à observação atenta da realidade, feito por estes jovens poetas que fazem da palavra uma ferramenta para (re)abrirem feridas na própria carne. Feridas que são também as de outros, os de rosto sem esperança com quem convivem ou se cruzam, os famintos, os que são impiedosamente privados da sua humanidade, aqueles que já quase nem têm força para murmurar uma canção que os ajude a ir suportando o peso brutal, impiedoso, dos dias.
Recusam-se a ser entorpecidos; não querem fúteis entreténs ou falsas panaceias, querem-se em carne Viva, como as palavras que forjam ou (re)inventam, querem fazer a viagem sem regresso que a poesia permite, mas não querem fazê-la sozinhos. Nós, leitores, empreenderemos essa viagem e estranhar-nos-emos ao longo da mesma. Imagens, odores, dores, gritos, silêncio que não é mais do que voz amordaçada, à espera de se fazer ouvir, a bater desenfreadamente no cérebro, no peito, nas entranhas.
Há, contudo, um vislumbrado futuro luminoso que pode ser construído. Para ele apontam, também, estas palavras inconformistas, fortes, não desistentes.
Três novas vozes da poesia angolana. Orgulhamo-nos de as dar a conhecer e agradecemos a quem colaborou connosco para tornar possível esta edição.