Ouvi o som fraco do kissanje
Antes de ele aparecer no carreiro.
Era um rapaz, parecia vir de longe
Cadenciado o passo, descalço e certeiro.
Tronco nu e calção velho rasgado
Vinha dedilhando o instrumento
Soavam notas espalhadas pelo vento
Num som repetitivo, sincopado.
Pelo carreiro caminhou bosque adiante.
Ouvi o kissanje mais e mais distante
No meio de chilreios e zumbidos.
O universo da savana não é silencioso.
O som do kissanje, o solista famoso
Diluiu-se na orquestra de ruídos.
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